sexta-feira, 20 de setembro de 2024


 Muitas pessoas, em algum momento da vida, já sentiram o desejo de conversar com um psicólogo, mas foram impedidas por um sentimento comum: a vergonha. Seja por medo de expor suas vulnerabilidades, por receio de serem julgadas ou até por culpa em relação às suas próprias emoções, o bloqueio para iniciar uma terapia pode parecer intransponível.

Esse medo de falar de si mesmo muitas vezes está enraizado em crenças de que precisamos ser fortes o tempo todo ou que não devemos “incomodar” os outros com nossas questões. No entanto, o espaço terapêutico é exatamente o oposto disso. Ele existe para que você possa se expressar sem julgamentos, permitindo que você explore suas emoções e preocupações com segurança e acolhimento.

A vergonha e o medo são sentimentos válidos, mas não devem ser barreiras para buscar ajuda. A terapia é um ambiente onde todas as suas experiências e sentimentos são respeitados. Não há necessidade de chegar "pronto" ou saber o que dizer — o processo é justamente descobrir, junto ao psicólogo, aquilo que está te incomodando, e aprender a lidar com isso.

Se você tem medo de começar, saiba que não está sozinho. Muitas pessoas compartilham dessa mesma hesitação, mas dar o primeiro passo é uma demonstração de coragem e cuidado consigo mesmo. Você merece ser ouvido e apoiado. 🌿

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

 RELATOS DE EXPATRIADOS DO BRASIL- II


Carlos, um homem de 50 anos, pai dedicado e esposo amoroso, tomou a decisão mais difícil de sua vida há três anos: deixar sua esposa, Mariana, e seus dois filhos, Pedro e Ana, no Brasil, em busca de uma vida melhor no Canadá. A promessa de oportunidades, segurança e um futuro mais próspero para sua família parecia irresistível. Ele partiu com o coração pesado, mas com a esperança de, em breve, reunir sua família no novo país, onde começariam uma nova vida juntos.

No entanto, os três anos que se seguiram trouxeram uma realidade muito diferente do que ele havia imaginado. O mercado de trabalho era mais competitivo do que Carlos esperava, as exigências burocráticas para a imigração eram rigorosas, e o custo de vida aumentava a cada dia. Ele batalhou em empregos que não correspondiam à sua experiência, sempre com o objetivo de economizar e finalmente trazer sua família para perto. Mas, cada tentativa de obter o visto para eles falhava, as exigências do governo se mostravam cada vez mais inalcançáveis.

A frustração crescia. Enquanto isso, no Brasil, Mariana mantinha a casa funcionando, Pedro e Ana cresciam rapidamente, e Carlos só os acompanhava por meio de chamadas de vídeo, tentando mascarar a saudade e o peso da distância. Ele se perguntava frequentemente se o sacrifício estava valendo a pena. A solidão no Canadá se intensificava, e o vazio de não estar presente para os momentos importantes da vida de seus filhos o atormentava. Perdeu o aniversário de 15 anos de Ana e não estava presente quando Pedro passou no vestibular. Cada evento importante parecia uma prova de que a vida, do jeito que estava, não era sustentável.

Agora, Carlos se encontra em um dilema devastador. Ficar no Canadá significa continuar separado de sua família, com a promessa incerta de um futuro melhor. Voltar ao Brasil significa abandonar o sonho de proporcionar a eles uma vida com mais oportunidades, mas, ao menos, estaria ao lado dos que mais ama. A pergunta que ecoa em sua mente diariamente é: "O que realmente significa sucesso se estou tão longe de quem mais importa?"

Ele sabe que, qualquer que seja sua decisão, haverá perdas. O Carlos que saiu do Brasil em busca de um novo começo agora se depara com o que pode ser o fim de um sonho — ou o início de uma nova jornada, desta vez mais próxima daqueles que ele mais ama.

 RELATOS DE EXPATRIADOS - BRASIL - PARTE 1

Desde que me mudei para o exterior há dois anos, a vida de expatriado tem sido um verdadeiro desafio. No início, tudo parecia uma aventura emocionante, com novas paisagens, uma cultura diferente e a promessa de crescimento pessoal. Mas, com o tempo, surgiram as frustrações que eu não esperava.

Uma das primeiras dificuldades foi a língua. Mesmo com um bom nível de inglês, a comunicação diária era cheia de mal-entendidos, desde pedir comida em um restaurante até discutir questões mais sérias, como problemas no trabalho ou visitas ao médico. Por mais que você se esforce, sempre tem aquela sensação de não conseguir se expressar completamente, o que acaba gerando uma sensação constante de inadequação.

Outro ponto difícil foi a saudade de casa. Sabe, a gente sempre ouve que vai sentir falta da comida, da família e dos amigos, mas é impossível entender a profundidade dessa falta até viver isso. A distância física dos entes queridos torna a vida solitária, e a impossibilidade de estar presente em momentos importantes, como aniversários ou emergências familiares, pesa bastante.

Além disso, o processo de adaptação à nova cultura também trouxe frustrações. Por mais que eu me esforce para me integrar, há momentos em que simplesmente me sinto deslocado. As pequenas diferenças culturais — desde hábitos sociais até o jeito como as pessoas resolvem problemas — podem ser fontes de estresse e, às vezes, parece que nunca vou me sentir completamente à vontade aqui.

E, claro, há o choque de expectativas. Eu imaginava que, com o tempo, as coisas ficariam mais fáceis, mas a verdade é que ser expatriado significa estar constantemente fora da zona de conforto. Sinto que estou sempre aprendendo, ajustando, e, às vezes, falhando. Por mais que haja momentos incríveis, as frustrações fazem parte da jornada. É uma experiência enriquecedora, sem dúvidas, mas também é solitária e cheia de desafios que só quem passa por isso entende de verdade. Eu mesmo nunca pensei nisto, mas sei de pessoas que entraram em depressao e ate pensaram em se matar, porque nao tinham atingido o objetivo e a vergonha de retornar com o rabo entre as pernas era grande.  ( Carlos, 32 anos).

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

 O Suicidio e a campanha do Setembro Amarelo

Setembro é um mês que traz à tona uma discussão essencial sobre um tema que, muitas vezes, é cercado de silêncio: o suicídio.  

Nos Estados Unidos criou-se uma campanha de prevenção do suicídio, idealizada após um jovem de 17 anos dar fim à sua própria vida no interior do seu carro, um Mustang amarelo, em setembro de 1994, daí a origem do nome Setembro Amarelo, que é dedicada à conscientização sobre a prevenção do suicídio e ao incentivo para que falemos sobre esse tema tão delicado, mas de extrema importância.  

Falar sobre suicídio é necessário, especialmente quando pensamos nas diversas formas que ele pode tomar, como o uso de veículos como armas de autoextermínio. 

Na maioria das vezes existem suicidas nos acidentes de trânsito, que muitas vezes encobrem atos desesperados de pessoas que veem no veículo uma forma de acabar com suas vidas. Esse é um tipo de suicídio que frequentemente passa despercebido, tanto pelas estatísticas quanto pelo debate público, devido muitas vezes ao fato de que essa forma de se matar mistura-se com as estatísticas de acidentes de trânsito ou outro sinistro envolvendo o veículo. No entanto, ele não é menos devastador. Pode deixar uma marca profunda nas famílias, nos amigos e na sociedade como um todo, além de envolver, muitas vezes, outras vítimas inocentes. 

A saúde mental é um tema urgente, e neste Setembro Amarelo, é importante reforçar que não precisamos lidar com a dor sozinhos. A angústia, a ansiedade, a depressão e outros transtornos mentais podem fazer com que a vida pareça insuportável, mas buscar ajuda pode ser o primeiro passo para encontrar alívio. A terapia, especialmente no formato online, tem se mostrado uma alternativa eficaz para quem enfrenta esses desafios, e pode ser um suporte valioso, mesmo para aqueles que vivem longe de suas redes de apoio, como expatriados. 

Abrir espaço para o diálogo, reconhecer os sinais de alerta e oferecer apoio a quem está passando por um momento de desespero são ações que podem salvar vidas. No Setembro Amarelo, vamos todos nos comprometer a quebrar o silêncio sobre o suicídio e a criar um ambiente em que pedir ajuda seja sempre uma opção. 

Se você ou alguém que conhece está enfrentando pensamentos suicidas, não hesite em procurar ajuda. recursos disponíveis, e conversar sobre suas emoções pode ser o primeiro passo para encontrar uma nova perspectiva. 

Converse com um psicologo.