Bullying
Após vários noticiários em todas as partes do Brasil e pelo mundo, relatando violência sofrida por determinado tipo de pessoas principalmente nas escolas, veio à tona o termo Bullying. Como todos sabem, é um evento muito frequente envolvendo um gupo coeso e uma pessoa vulnerável, e se passa, na maioria das vezes, nas escolas. Até há pouco tempo esta modalidade de violência não tinha destaque nos debates em emissoras de TV ou rádio. Apenas era frequente na internet, onde o mundo expressa suas angústias, seus medos, sua indignação.
No Brasil, passou-se a falar sobre o tema após o assassinato de dezenas de alunos em uma escola de Realengo, por uma vítima do bullying em sua idade escolar, conforme ele mesmo relatou post morten. Seguiram-se daí, vários relatos de ataques de fortes aos fracos, e o termo ganhou notoriedade. Em Montes Claros, um aluno de escola estadual foi amarrado no centro de um grupo de colegas e sofreu toda sorte de humilhações, deboches e agressões físicas. Filmaram e enviaram o vídeo para a mãe da vitima, além de notociarem que o mesmo vídeo estava no youtube. O aluno procurou ajuda psicológica e mudou de escola, na tentativa de esquecer o que havia ocorrido. Outros exemplos de bullying se seguiram e atualmente é tema de trabalhos escolares, provavelmente na tentativa de minimizar a frequência deste ato sórdido, por pessoas inconsequentes que entendem esta ação como um passa-tempo, uma diversão, sem saberem que estão simplesmente lidando de forma inconsciente com uma eventual insegurança ou ansiedade.
· Bullying masculino
Um grupo supostamente mais forte escolhe uma vítima que geralmente não consegue se defender e a ataca. As agressões são na maioria físicas, advindo as agressões psicológicas como consequência. Esta característica é notoriamente psicanalítica, de vez que, segundo as representações sociais os homens precisam demonstrar força, coragem e ousadia para reafirmarem sua identidade sexual dentro do âmbito da “normalidade”. Caso ele não consiga se mostrar dessa forma, será apelidado de “mariquinha”. Certamente essa idéia é geminada através do lider do grupo, e os seguidores a adotam naturalmente ou sob coerção, já que pode ocorrer que alguns membros do grupo não concordem com o ato, mas a necessidade de aderir a um dos lados os coloca na posição de agressores. O descaso da diretoria da escola frente ao bullying favorece a impunidade do grupo e cria expectativas em crianças menores, e assim vão se formando novos grupos de agressores com o passar dos tempos.
· Bullying feminino
Ocorre basicamente o mesmo com as meninas agressoras, sendo a diferença apenas no que diz respeito ao tipo de agressão: os ataques dos grupos de meninas a outras meninas mais vulneráveis são de cunho psicológico: deboches, rejeição, apelidos depreciativos, etc. Tais formas de agressão são tão letais quanto as agressões físicas, só que mais sutis. O bullying masculino pode ser observado, filmado, fotografado, ele é diretamente observável, já o bullying feminino é dificil de provar. Ambas as formas de agressão resultam em prejuízos que podem adquirir dimensões incalculáveis, de acordo com a mente de cada vítima. Temos dois exemplos de filmes que ilustrarão muito bem esta observação:
Filme 1: Conta a história de uma menina de 13 anos que era humilhada por um grupo denominado “as gatinhas”. Eram meninas charmosas, lindas, arrojadas, observadas e invejadas por ela, que sonhava entrar esse grupo. Ocorre que a líder a explorava com promessas de que ela seria membro caso fizesse seu trabalho escolar. Ela fez o tal trabalho e as "gatinhas" deram um jeito de enganá-la, pegaram o trabalho e a abandonaram na sua festa de aniversário. Pois bem: a menina se transformou em uma pessoa má, mesquinha, péssima filha, péssima profissional, etc.
Filme 2: Conta a história de uma gordinha e feinha que foi iludida ao ponto de ir para a cama com o rapaz mais bonito da escola. Tratava-se de um plano para humilhar a moça. O grupo a observava escondido e um deles estava filmando tudo. Quando ela tirou a roupa e se deitou na cama, o grupo apareceu e caiu na gargalhada, zombaria, humilhação. A gordinha arquitetou um plano e destruiu um por um, anos mais tarde.
É claro que são apenas filmes, mas o fato do massacre na escola de Realengo não é ficção. Esses eventos podem deixar raízes profundas, dolorosas e maléficas para quem as experiencia, tanto por parte das vitimas quanto dos agressores. A dimensão da violência contida na vingança de uma vitima de bullying pode ser considerada em termos de progressão geométrica.
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